Vimos anteriormente que muitos
filósofos distinguem razão objetiva e razão
subjetiva, considerando a Filosofia o encontro e o
acordo entre ambas.
Falar numa razão objetiva significa
afirmar que a realidade externa ao nosso
pensamento é racional em si e por
si mesma e que podemos conhecê-la
justamente por ser racional. Significa
dizer, por exemplo, que o espaço e o tempo
existem em si e por si mesmos,
que as relações matemáticas e de causa-efeito
existem nas próprias coisas, que
o acaso existe na própria realidade, etc.
Chama-se realismo a
posição filosófica que afirma a existência objetiva ou em si
da realidade externa como uma
realidade racional em si e por si mesma e,
portanto, que afirma a existência
da razão objetiva.
Há filósofos, porém, que
estabelecem uma diferença entre a realidade e o
conhecimento racional que dela
temos. Dizem eles que, embora a realidade
externa exista em si e por si
mesma, só podemos conhecê-la tal como nossas
idéias a formulam e a organizam e
não tal como ela seria em si mesma. Não
podemos saber nem dizer se a
realidade exterior é racional em si, pois só
podemos saber e dizer que ela é
racional para nós, isto é, por meio de nossas
idéias.
Essa posição filosófica é
conhecida com o nome de idealismo e afirma apenas a
existência da razão subjetiva. A
razão subjetiva possui princípios e modalidades
de conhecimento que são
universais e necessários, isto é, válidos para todos os
seres humanos em todos os tempos
e lugares. O que chamamos realidade,
portanto, é apenas o que podemos conhecer por meio
das idéias de nossa razão.
Fonte: Chaui, Marilena. Convite à filosofia, Unidade 2, Capítulo 2.
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