quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Pensar na morte: refletir sobre a vida

   A tentativa de recuperar, no mundo atual, a consciência da morte não deve ser entendida como interesse doentio de quem vive obcecado pela morte inevitável, atitude que seria pessimista e paralisante. Ao contrário, ao reconhecer a finitude da vida, reavaliamos nosso comportamento e escolhas. Por exemplo, se tomamos como valores absolutos o acúmulo de bens, a fama e o poder, a reflexão sobre a mortalidade torna menos importantes esses anseios diante de outros valores que nos proporcionam mais dignidade. Essa mesma reflexão pode nos orientar em casos extremos, como a eutanásia ou o aborto.
   Na vida cotidiana, tantas pequenas mortes também nos afligem: o indivíduo urbano, massacrado pelo sistema de produção, obrigado a desempenhar funções que não escolheu, segundo um ritmo que não é o seu, sem dúvida não goza de uma boa qualidade de vida. Independentemente do progresso técnico atingido por nossa civilização, permanecem altos os níveis de alienação humana no trabalho, no consumo, no lazer.
   A insensibilidade com relação à morte individual tem paralelo com a inconsciência referente ao destino do planeta. Pela primeira vez na história da humanidade a morte ultrapassa a dimensão do indivíduo e ameaça a sobrevivência de todos. Não que as pessoas não saibam dos riscos de um desastre nuclear ou dos prejuízos ao ambiente causados pela poluição, pelo desmatamento ou pelo desperdício de água potável. Mas, tal como a morte, continuam agindo como se essas questões não lhes disserem respeito.
   Em termos planetários, a consciência da morte nos ajuda a questionar os falsos objetivos do progresso a qualquer custo e a nos perguntar sobre o legado para as gerações futuras.

   Boa Tarde, peço desculpas à todos(as) vocês por eu ter passado uns dias sem atualizar o blog, eu estava ocupada com uns trabalhos da escola.bjj :)

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