quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Problemas da realidade



  Pois bem, como as coisas são de verdade?
  Algumas pessoas olham um cachorro e veem apenas um ser que é como uma máquina biológica, que está aí para nos ajudar ou incomodar. Outras exageram esse mesmo cão como um ser inteligente e sensível, com direitos semelhantes aos dos humanos. Algumas pessoas olham o céu e pensam em um espaço repleto de corpos siderais. Outras fazem o mesmo e entendem que aí existem seres sobrenaturais, Deus ou deuses, anjos etc. Algumas pessoas veem um copo com água pela metade e entendem que está cheio; outras, que está meio vazio.
  E você? Como “vê” as coisas? Experimente olhar para o que há ao seu redor neste instante, como se estivesse fazendo isso pela primeira vez. Busque conhecer como é verdadeiramente o mundo. Comece por problematizar, isto é, encontrar problemas ou questões acerca da realidade.
  Os primeiros filósofos – por primeiros filósofos nos referimos aos pensadores gregos da Antiguidade – fizeram isso. Eles procuram descobrir não apenas a origem de cada ser, ou de tudo o que existe, mas também seu propósito, sua finalidade. Alguns se perguntaram sobre a constituição de cada coisa, ou de todas as coisas, e se havia uma relação, uma ordem ou uma hierarquia entre tudo o que existe. Outros se voltaram para os processos observados na realidade, como o crescimento e o envelhecimento, vinculados ao passar do tempo.
  Enfim, a partir de distintas intuições do mundo, esses primeiros filósofos procuraram encontrar a essência da realidade (ou do ser), suas causas e propriedades fundamentais. Desse modo, foram sendo criados alguns dos conceitos centrais da filosofia. Dizemos centrais, porque foram retomados, reformulados ou contestados por pensadores posteriores, sendo empregados nos diversos campos de estudo filosófico até nossos dias (e mesmo nos campos não filosóficos).

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