terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Realismo e idealismo



Vimos anteriormente que muitos filósofos distinguem razão objetiva e razão
subjetiva, considerando a Filosofia o encontro e o acordo entre ambas.
Falar numa razão objetiva significa afirmar que a realidade externa ao nosso
pensamento é racional em si e por si mesma e que podemos conhecê-la
justamente por ser racional. Significa dizer, por exemplo, que o espaço e o tempo
existem em si e por si mesmos, que as relações matemáticas e de causa-efeito
existem nas próprias coisas, que o acaso existe na própria realidade, etc.
Chama-se realismo a posição filosófica que afirma a existência objetiva ou em si
da realidade externa como uma realidade racional em si e por si mesma e,
portanto, que afirma a existência da razão objetiva.
Há filósofos, porém, que estabelecem uma diferença entre a realidade e o
conhecimento racional que dela temos. Dizem eles que, embora a realidade
externa exista em si e por si mesma, só podemos conhecê-la tal como nossas
idéias a formulam e a organizam e não tal como ela seria em si mesma. Não
podemos saber nem dizer se a realidade exterior é racional em si, pois só
podemos saber e dizer que ela é racional para nós, isto é, por meio de nossas
idéias.
Essa posição filosófica é conhecida com o nome de idealismo e afirma apenas a
existência da razão subjetiva. A razão subjetiva possui princípios e modalidades
de conhecimento que são universais e necessários, isto é, válidos para todos os
seres humanos em todos os tempos e lugares. O que chamamos realidade,
portanto, é apenas o que podemos conhecer por meio das idéias de nossa razão.

Fonte: Chaui, Marilena. Convite à filosofia, Unidade 2, Capítulo 2.

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